Junta de Freguesia de Santa Maria Maior Junta de Freguesia de Santa Maria Maior

Heráldica



Escudo verde, caravela de ouro mastreada e cordada do mesmo, vestida de prata, navegando sobre campanha ondade de prata e verde de cinco tiras; em chefe, cruz da ordem de Cristo, perfilada de ouro, entre dois cabrestantes de ouro, realçados de negro. Coroa mural de prata de três torres. listel branco, com a legenda a negro: "Funchal - Santa Maria Maior".



Selo da Freguesia

Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia do Funchal - Santa Maria Maior".




Bandeira branca
Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.



O primitivo templo de Santa Maria Maior do Calhau, - levantado cerca de 1430 pelo capitão do Funchal João Gonçalves Zarco, em cumprimento de uma determinação do Infante D. Henrique, - serviu de sede à primeira freguesia estabelecida na Madeira, cujo território estendia-se desde a Ribeira dos Socorridos, a poente da futura cidade, até ao Caniço, extremo oriental da Capitania do Funchal. Foi naquela antiga ermida que a Ordem de Cristo passou a superintender os serviços religiosos da Madeira, através de um eclesiástico então enviado de Tomar para esse efeito, visto que D. Duarte, por carta régia de 26 de Setembro de 1433. concedera o espiritual de todo o arquipélago àquela ordem militar. É, por conseguinte, na ermida de Santa Maria do Calhau que um vigário da Ordem de Cristo se estabelece pela primeira vez no Atlântico.

A ermida fora edificada na margem esquerda da Ribeira de João Gomes, a nascente do Funchal, e era assim designada em função da praia de calhau rolado que lhe ficava nas proximidades. Por mero atributo diferenciativo chamou-se também Santa Maria Maior – denominação que perdurou até hoje – devido ao facto daquela ermida ser significativamente mais ampla do que uma outra capela, igualmente dedicada a Santa Maria, mandada erguer por Zarco, no lado oposto do Funchal, situada no espaço onde depois se edificou o Convento de Santa Clara. A sede da única freguesia então existente na cidade do Funchal, foi transferida, em 1508, para a nova igreja matriz – a Sé do Funchal, - cuja construção se achava em fase de acabamento. Mais tarde, em face do crescimento populacional, um alvará de 18 de Novembro de 1557 determinou a divisão da cidade em duas freguesias distintas, ficando uma com sede na Sé e a outra em Santa Maria do Calhau, restaurando-se assim a antiga freguesia.
Alvo de sucessivas obras de ampliação, a Igreja de Santa Maria do Calhau foi parcialmente arrasada pela catastrófica aluvião ocorrida em 9 de Outubro de 1803. Depois do sinistro a sede da freguesia foi transferida para a Igreja de São Tiago Menor, padroeiro da cidade do Funchal, também designada por Igreja do Socorro, devido ao facto de, desde há muito, ali ser venerada a imagem de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Foi precisamente junto à margem esquerda da Ribeira de João Gomes e à ilharga da ermida do Calhau que, nesses recuados anos de quatrocentos, se formou e depois se desenvolveu o primitivo núcleo populacional do Funchal, o qual alargando-se para nascente ao longo da praia, estendia-se até às bandas do Cabo do Calhau. Nesse incipiente aglomerado urbano, por certo o primeiro da Madeira, pontificavam sobretudo os artesãos de diversos misteres, indispensáveis à empresa do povoamento, mas depressa o povoado assume-se como zona ribeirinha por excelência do porto do Funchal. Ali demandavam as caravelas que, a caminho da costa africana, vinham se abastecer com as necessárias vitualhas. No Cabo do Calhau cedo se estabelece uma rudimentar tercena , já referenciada em 1450, não só para apoio a numerosas embarcações que começam a escalar o Funchal, mas também como estaleiro fundamental da própria cabotagem insular visto que as ligações entre as diversas localidades da Madeira, em função do seu acentuado relevo, eram efectuadas essencialmente por mar.

São agora principalmente os “homens do mar” que ali coabitam em conjunto com os calafates, carpinteiros navais e outros ofícios semelhantes. E tanto assim foi que, ainda no século XV, ergueu-se no Cabo do Calhau – actualmente chamado Largo do Corpo Santo – uma capela dedicada a São Pedro Gonçalves Telmo, patrono dos mareantes, ainda hoje existente,
em cuja confraria só tinham acesso precisamente os denominados “homens do mar”. De resto, podemos verificar que as seculares actividades marítimas da população daquela zona ribeirinha, perduraram praticamente até aos nossos dias e só perderam relevância quando, por força das circunstâncias e do progresso, cessaram os serviços da cabotagem e o movimento portuário do Funchal deixou de ter o significado de outrora. 



Descrição e fundamentação heráldica do Brasão de Armas


* A cor verde do campo do escudo, além de se afigurar plasticamente como a mais adequada em função dos restantes elementos heráldicos utilizados no brasão, simboliza também a circunstância do território da freguesia de Santa Maria Maior, limitado a sul pelo mar, se estender até às serras verdejantes da banda oriental da cidade do Funchal.

* A caravela de ouro navegando sobre campanha ondada de prata e verde evoca o primitivo povoado de Santa Maria do Calhau, zona ribeirinha por excelência do porto do Funchal, onde outrora demandavam as caravelas quatrocentistas que, a caminho da costa africana, vinham se abastecer com as indispensáveis vitualhas. Representa também

as seculares actividade marítimas desenvolvidas pela população daquela peculiar área ribeirinha que perduraram até aos nossos dias.

* A cruz da Ordem de Cristo perfilada de ouro aposta no chefe do escudo recorda o facto daquela ordem militar – a quem D. Duarte concedera em 1433 o espiritual do arquipélago da Madeira – se haver sediado na primitiva ermida de Santa Maria do Calhau, levantada na margem esquerda da Ribeira de João Gomes, a partir da qual passou a superintender os serviços religiosos em todo o espaço insular, através de um eclesiástico então enviado, para esse efeito, da sede da ordem em Tomar.

* Os dois cabrestantes de ouro dos flancos do chefe do escudo evocam a memória dos remotos estaleiros navais existentes no Cabo do Calhau – actualmente chamado Largo do Corpo Santo – e às actividades exercidas desde os recuados anos de quatrocentos pelos calafates, carpinteiros navais, mareantes, pescadores e barqueiros – enfim toda uma imensa amálgama de “homens do mar” que ali desenvolvia os seus misteres – os quais ergueram no século XV uma capela, ainda hoje existente, dedicada a São Pedro Gonçalves Telmo, patrono dos mareantes.

* A coroa mural de prata com três torres é a que está estabelecida para a categoria de freguesia.

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